A ovelha-negra mais orgulhosa dos seus radiologistas
Escrevi essa crônica no dia 8 de novembro, Dia do Médico Radiologista.
Quando pequena eu queria ser médica, mas fui tomando ciência das coisas e percebi que aquilo não era para o meu nariz. Decidi por outro ramo, nada parecido, a comunicação. Foi uma escolha difícil, porque seguindo meu pai, meu irmão e minha irmã seriam médicos, só eu não. Perdi a conta das vezes que ouvi de meu pai: “tu tem que fazer o que tu gosta; se tu gostar, tu vai ser boa seja no que for”. E ouvia mais: “até passar... depois são seis anos, mais uns três ou quatro se especializando e depois o resto da vida estudando, é muito pesado... pensa bem minha filha!”.
Então me questionava: se é tudo isso de “monstruoso” porque eles fizeram? A resposta é simples e percebi com o tempo: eles têm amor e vocação para a medicina. Durante toda minha vida vi meu pai trabalhar e estudar muito, mas o que mais me marcou nessa trajetória toda foi a perseverança na construção da sede própria do Instituto Hugolino Andrade. Foram mais de cinco anos lutando por financiamentos, negociações com fornecedores e de sacrifícios quando aumentava o dólar. Contudo, veio o momento gratificante, a concretização da clínica. Lembro da felicidade do meu pai na mudança, e dele agarrado nas grades da nova sede emocionado: “que empreitada, nem acredito que conseguimos”.
Muito meu pai homenageou o mestre Dr. Hugolino, no entanto, como filha tenho autonomia para falar que há mais de 20 anos o meu pai não só deu continuidade a um excelente trabalho, mas grandiosamente vem construindo uma belíssima história, sempre inovando, investindo e modernizando, com a preocupação constante de se manter atualizado. É um incansável batalhador, um homem inteligente, que vive a vida dele, naturalmente, progredindo: como profissional e como ser humano.
Como todo cidadão comum, meu pai adquiriu as coisas com trabalho e, principalmente, dignidade. Minha mãe ajudou muito: decorou, plantou o gramado, deu conselhos e ouviu, ouviu e ouviu, o que é um dom invejável. Minha avó, dona Lalica, foi uma grande incentivadora, não só na construção, muito além disso. Mostrou-nos, sabiamente, que para conquistar o que queremos tem que haver esforço, sem precisar ser mau caráter e, jamais, perder a honra. Em poucas linhas tento mostrar a minha maior lição de vida: “desejar, buscar e dar o melhor de si, e saber dar valor às nossas conquistas com dignidade”.
Sou sim uma ovelha-negra, mas a mais orgulhosa. O único arrependimento que tenho de não ser médica é o de não poder ajudar em determinadas situações, mas alguém teria que fazer esse meu papel: de dizer o quanto eles são bons e o quanto eles são importantes na vida de inúmeras pessoas.
Tenho na minha vida três radiologistas, e não meros radiologistas: pessoas sérias, honestas, comprometidas, que dão o melhor de si à profissão. Os meus médicos, Dr. Rubens, Dr. Marcelo e Drª Natália, não têm em comum somente o sobrenome Barros e a profissão, são muito parecidos: mesmo gênio, mesmo signo (escorpião), e todos fazem aniversário no mês do Dia do Médico Radiologista. Em nome da nossa família, com imensa admiração, venho dar os parabéns aos meus radiologistas de coração.